
Além das atividades aeroportuárias que atendem um grande número de empresas de táxi aéreo de todo o país, transporte de passageiros, de malotes e carga, transportes aeromédicos, e escolas de aviação; o Campo de Marte também abriga o Serviço Aerotático da Polícia Civil e o Grupamento de Rádio Patrulha Aérea da Polícia Militar, sem contar órgãos da Força Aérea Brasileira, o Parque de Material Aeronáutico de São Paulo, o Hospital da Aeronáutica, o parque Residencial da aeronáutica, etc. É um aeroporto compartilhado, com parte da área física sob administração do Comando da Aeronáutica e outra sob o controle da Infraero, ambos ligados ao Ministério da Defesa. O sítio aeroportuário tem uma área aproximada de 2,1 milhões de metros quadrados, sendo, sob administração da Infraero 975 mil, e do Comando da Aeronáutica o restante.
Na área administrada pela Infraero, estão atualmente instalados 21 hangares e inúmeras empresas que geram milhares de empregos diretos e indiretos.
Atualmente, o Campo de Marte opera com um sistema (VFR) e balizamento noturno que permite prolongar seu uso até as 22 horas.
Foram 102 mil pousos e decolagens em 2008, incluindo aviões e helicópteros. O Campo de Marte registra atualmente, em média, 283 operações de pousos e decolagens por dia – Cerca 40% realizadas por aviões, incluindo os da polícia militar.
É importante ressaltar que estes números foram incrementados e atingidos mesmo após inúmeras restrições aplicadas a operação do aeroporto.
O Aeroclube de São Paulo é a maior escola de aviação civil da América Latina, instalado no Campo de Marte, tem 35 aeronaves para a instrução e formação de pilotos, formador de milhares destes profissionais ao longo dos anos, tem no curso teórico de pilotos e comissários, em torno de 1300 alunos por ano. Possui atualmente algo em torno de 2500 sócios. Sua importância para o desenvolvimento da aviação civil e militar brasileira é inegável.
Razões para não desativar o “Aeroporto Campo de Marte”
O aeroporto Campo de Marte possui o quinto maior movimento operacional do país – à frente de aeroportos como o Santos Dumont, mesmo sem linhas aéreas regulares, em razão de restrições impostas ao mesmo, como a retirada decolagens por instrumentos. O aeroporto tem um papel estratégico na formação econômica de São Paulo. Não é sensato desprezá-lo, pelo contrário, o ideal é estimular criando meios para trazer novas empresas para servir uma população carente que habita cidades menores com vôos diretos e regulares. Ampliar a aviação executiva, gerando mais empregos e desenvolvimento para o estado e município.
Hoje o Campo de Marte desafoga grande parte do fluxo de aeronaves que anteriormente utilizavam o Aeroporto de Congonhas. O Aeroporto de Congonhas, atualmente, não tem mais condições operacionais para receber todo o volume de operações gerada pelas aviações executiva e comercial. Estas operações excedentes estão sendo feitas no Aeroporto do Campo de Marte e outros próximos a São Paulo. Isso tem sido uma grande ajuda em relação a operação das empresas de grande porte, tais como TAM e GOL, entre outras.
Empresas como a Azul, Team, Ocean Air, Sete linhas aéreas, Pantanal etc. poderiam facilmente operar no Campo de Marte se fossem feitos alguns investimentos na infraestrutura e modernização do sistema de navegação, para proporcionar mais segurança e assim beneficiar milhares de passageiros.
A ABAG (Associação Brasileira de Aviação Geral), que representa a aviação executiva e geral, se preocupa muito com o futuro do setor, e não só pelo problema do Campo de Marte. A ABAG e a ACECAM (Associação dos Concessionários, Empresas Aeronáuticas Intervenientes e Usuários do Campo de Marte) e outras entidades vêem riscos de colapso no setor devido a falta de infra-estrutura para atender a demanda cada vez maior por esses serviços. Desativar o Campo de Marte pode gerar um caos permanente nos outros aeroportos da cidade, (terminal São Paulo) afirmam os representantes da ABAG, Rui Aquino e Ricardo Nogueira, e o presidente da ACECAM, Olavo Fontoura Vieira. A indignação dos mesmos, é que até o momento não foram, sequer informados oficialmente sobre os planos detalhados do governo e também lamentam sobre as restrições crescentes para a aviação geral e executiva nos últimos anos. As limitações impostas às companhias aéreas, o número de "slots" (pousos e decolagens) por hora em Congonhas foi reduzido de 48 para 34. Antes do acidente da TAM, dez desses "slots" eram destinados à aviação geral por hora no aeroporto da Zona Sul de São Paulo e agora são disponibilizados apenas quatro (04). Com o crescimento do movimento no Aeroporto Internacional Governador Franco Montoro (Guarulhos), os jatos executivos agora só podem operar neste aeroporto, se alguma companhia aérea cancelar uma aterrissagem por lá, chamado de "slot de oportunidade", no jargão do setor. Ainda assim, quando pousam em "Guarulhos", os aviões particulares podem ficar apenas duas horas em solo.
Pelas razões expostas acima, fica clara a inviabilidade da desativação do Aeroporto, sendo necessária a sua modernização, assim como melhorar e ampliar outros aeroportos, bem como construir o quarto aeroporto na cidade de São Paulo. Esta é a opinião esmagadora de diversos técnicos, pilotos e autoridades do setor ao olharmos para os próximos dez anos quando, o número de passageiros deverá mais que dobrar.
Entendemos que com esta desativação, pretende-se transferir a aviação executiva deste aeroporto para cidades do interior. O Aeroporto Estadual "Comandante Rolim Adolfo Amaro", em Jundiaí, a 60 quilômetros da capital, seria a primeira opção. A ABAG e a ACECAM vêem problemas na solução aventada. "O aeroporto já está praticamente saturado", afirmam seus representantes. Segundo eles, os hangares e as pistas de taxiamento do aeroporto estão muito próximos da pista de pouso e decolagem, inviabilizando a operação segura de aeronaves com envergadura maior. "Opera-se um Falcon de pequeno porte, mas não um Legacy ou um Gulfstream", explicam. Também, não há mais espaço para construção de hangares. Se o Aeroporto de Jundiaí for o destino escolhido para a aviação executiva, será necessário planejar a sua ampliação com igual urgência. Entre os aeroportos administrados pelo Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp), é o de Jundiaí que registra o maior número de pousos e decolagens no interior de São Paulo. Em 2008 foram 38.701 operações, 80% a mais do que em 2007. No Aeroporto de Sorocaba, segundo colocado, houve 29.560 pousos e decolagens. Em dezembro passado, uma nova torre de controle foi inaugurada no aeroporto de Jundiaí. O aeroporto de Viracopos (sob a administração da Infraero), em Campinas, "não tem vocação para a aviação geral" porque só cabem 16 aeronaves no pátio, antes relativamente vazio, agora freqüentemente lotado com os jatos da Azul, carece de uma grande reforma. No município de Bragança Paulista existe um aeródromo com 1.200 metros de pista, mas sem estrutura de pátio nem terminal de passageiros. Sorocaba, outra alternativa considerada, sofre resistência dos usuários porque só existe uma via de acesso pela rodovia Castelo Branco que pode demorar mais 2 horas nos horários de pico.
Localização
Localização: Situado numa região estratégica, próximo da Avenida Paulista e do centro da cidade, o Aeroporto do Campo de Marte é a melhor opção para a aviação geral e o reflexo é visível, sobretudo nos horários de pico. No dia 3 de outubro, uma sexta, 57 aeronaves pousaram e decolaram no aeroporto entre as 12 horas e 17h59, segundo relatório da Infraero. Com isso, a média de pousos e decolagens de aviões no Campo de Marte está em 8,5 por hora. Este Aeroporto na zona norte é um ponto estratégico, não só pela localização muito importante, próximo ao terminal rodoviário do Tietê, da linha de metrô, ao grande e dinâmico complexo de hotelaria e eventos do Anhembi (pólo de feiras e exposições), Center Norte, ao sambódromo, as duas marginais, no eixo da malha rodoviária estadual e do acesso ao aeroporto internacional "Governador Franco Montoro" Guarulhos.
O aeródromo tem uma área verde imensa essencial para a cidade, que se bem utilizada com um bom projeto urbanístico, no entorno do aeroporto, poderiam ser criadas praças, ciclovias e áreas de lazer para a população dos bairros vizinhos. Esta área também é importante e contribui para combater a poluição e drenagem das chuvas, evitando as enchentes na região.
A Importância de aeroportos nas grandes cidadesO Aeroporto do Campo de Marte é fundamental para nossa cidade e num país continental e gigantesco como o Brasil, a aviação é extremamente importante. Não podemos nos dar ao luxo de desativar qualquer aeroporto, muito menos os situados em cidades com as características de São Paulo. Comparando com os Estados Unidos, a quantidade de pistas e de aeroportos que o Brasil tem é tremendamente menor. Não haverá progresso no Brasil sem a expansão e criação de novos aeroportos. Londres aterrou parte do rio Thames para viabilizar um aeroporto na cidade. A cidade de Nova Iorque tem 08 milhões de habitantes e 18.7 milhões na metrópole, conta com 03 grandes aeroportos internacionais, que movimentam 100 milhões de passageiros por ano e outros 13 pequenos aeroportos ao redor da cidade, sem contar com várias bases de hidroavião. Paris com 04 aeroportos, 10 pistas, e a cidade tem 2.6 milhões de habitantes, porém em todas estas cidades, vários destes aeroportos estão mais próximos entre si do que Campo de Marte, Congonhas e Guarulhos.
Lembramos que o Brasil tem a segunda maior frota de aviação executiva do planeta, e a grande São Paulo possui 03 aeroportos, 05 pistas (sendo 02 auxiliares), com 15 milhões de habitantes, e representa cerca de 70% desta aviação, portanto com características bem diferentes de Paris, Londres e Nova Iorque.
Reparem abaixo como o fluxo aéreo do Brasil é pequeno.
Aeroporto + TAV (Trem de Alta Velocidade). Sem dúvidas pode ser um combinado de soluções, interesse público e político
Não contestamos a importância do TAV no eixo "Campinas, São Paulo, São José e Rio de Janeiro", que deve gerar progresso a estas cidades e ao Brasil, mas das alternativas propostas para São Paulo receber o TAV, certamente a desativação de Marte é a pior, considerando as opções da Barra Funda, Carandirú ou qualquer outra.
A área de um AEROPORTO deve atender muitas variáveis para que se torne viável, necessitando uma área suficiente para permitir a construção de uma ou mais pistas, além de toda uma infra-estrutura aeroportuária com localização adequada, topografia plana, ausência de obstáculos ou edificações nas proximidades que não impeçam os pousos e decolagens.
Somos TOTALMENTE CONTRA a desativação do aeroporto "Campo de Marte" por todas as razões acima citadas. Entendemos que isso não só atinge toda a comunidade ligada a aviação, como também, aqueles que utilizam aeronaves como meio de transporte e toda uma população nova, que gera demanda, mas não dispõem deste meios para fazer sua utilização.
Somos ABSOLUTAMENTE FAVORÁVEIS ao investimento no incremento e desenvolvimento deste e de novos aeroportos não tendo nada a opor à implantação do TAV ou outros meios de transporte, desde que não sacrifiquem aeroportos pelo país.
Quanto aos pretextos atribuído ao TAV de gerar mais e novos empregos, transportar um número maior de pessoas e retirar veículos das ruas como informaram alguns meios de comunicação, não possuímos elementos e conhecimento para poder avaliar detalhadamente estes benefícios, mas temos a certeza de que se somarmos forças com a permanência e incremento do Aeroporto Campo de Marte, os resultados devem ser dobrados.
A ABAG e ACECAM propõem uma ampla discussão com o setor e uma audiência para tratar desta questão.
Projeto do Trem-bala terá mudanças e deve permitir aviões no Campo de Marte
Autor(es): Danilo Fariello
Valor Econômico - 19/10/2009
Com o encerramento do período de consulta pública do Trem de Alta Velocidade (TAV) na semana passada, o governo reconhece que dois grandes alvos de críticas ao projeto podem ser reconsiderados. Primeiro, o governo aceita a manutenção do aeroporto para aviação civil na área do Campo de Marte, em São Paulo (SP), onde ficará a estação paulistana do trem-bala. O segundo ponto é a transferência do local da estação em São José dos Campos (SP), prevista originalmente em área de preservação central, para outro local. "O projeto não pode brigar com a sociedade", diz Bernardo Figueiredo, diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Além destas mudanças de projeto, o governo definiu que o financiamento será mesmo pelo Tesouro Nacional, ao contrário da modelagem anunciada publicamente pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho, em 3 de setembro, em evento em São Paulo. Naquela ocasião, o modelo ainda considerava que os recursos sairiam do caixa do banco.
Recorde entre os processos da agência, a consulta pública do TAV recebeu 1500 sugestões de municípios e entidades privadas e não-governamentais. A segunda consulta mais procurada foi a segunda etapa de concessões de rodovias, com cerca de 500 manifestações.
Segundo Figueiredo, o projeto técnico amadureceu ao longo da consulta, que gerou críticas sobre o traçado do TAV, que irá de Campinas ao Rio, passando pela capital paulista. O diretor da ANTT diz, porém, que não deverá haver mudança fundamental no projeto. Ficarão claras, contudo, as polêmicas que os investidores deverão enfrentar ao longo da construção, bem como os desafios socioambientais a serem minimizados, diz.
O Campo de Marte é uma área nobre de São Paulo, com bom potencial de revitalização, diz o diretor. "Mas, rigorosamente, o projeto é de uma estação subterrânea, que pode ser construída sem alterar o funcionamento do aeroporto." A maior preocupação manifestada sobre om uso do aeroporto partiu da aviação executiva, que necessita de espaço para os pousos e decolagens. Na ideia original, essas pistas seriam extintas e a aviação executiva transferida dali. Mas Figueiredo reconhece que, se a decisão final de governo, Estado e município for a preservação da pista para os aviões, ainda assim a estação poderia estar no Campo de Marte. Em São José dos Campos, a sugestão é tirar a estação do Banhado, área de preservação, para transferi-la a outro local mais afastado e estimular a economia nessa nova região.
Nesta semana, a ANTT deve enviar os estudos para o Conselho Nacional de Desestatização (CND) e, se aprovados, até sexta enviará a proposta ao Tribunal de Contas da União (TCU). A meta é colocar edital e contrato para licitação em audiência até o fim deste mês, abrir a concorrência em novembro e encerrá-la em março de 2010. O prazo máximo para término da obra é 2015, mas Figueiredo acredita que algum concorrente pode antecipar a data. Em novembro, a ANTT fará consultas públicas nas cidades com estações do TAV: Rio de Janeiro, Volta Redonda, São José dos Campos, São Paulo e Campinas.
---
(...) Em relação ao Campo de Marte, onde há um aeroporto para pequenas aeronaves e helicópteros, Figueiredo disse que os estudos caminham para uma estação subterrânea, para que a atividade da pista do aeroporto não seja comprometida. "Também estudamos construir na Barra Funda (zona oeste de São Paulo). Mas é uma região muito ocupada."